A matéria “Tapete vermelho para os IPO”, recentemente publicada pela revista Istoé Dinheiro revelou que 2013 tem grandes chances de ser um ano recorde para o Mercado de Capitais desde o boom de 2007 e a crise enfrentada pela Bolsa de Valores em 2008. Neste artigo comentamos sobre estas oportunidades e a relação entre governança corporativa no Brasil e IPO’s.
A aposta de que 2013 será um ano promissor para a Bolsa foi uma constatação feita por especialistas que assistiram a empresa de software para varejo Linx, há quase 30 anos no mercado, realizar a primeira abertura de capital do ano. A Linx faturou com seu IPO (Initial Public Offering), em português “Oferta Pública Inicial”, o equivalente a R$528 milhões, estimulando a movimentação do mercado que ficou ainda mais otimista ao observar a ascensão e valorização das ações da empresa.
De acordo com depoimento de especialistas que falaram à revista existe hoje, no Brasil e também no exterior, muito capital procurando boas alternativas de investimento e, como consequência disso, o mercado está cheio de otimismo. Para esses especialistas os empresários estão mais dispostos a enfrentar o que costumam chamar de “trabalhoso processo de abertura de capital” e estão sendo motivados a investir nisto devido à valorização das ações que têm garantido retorno significativamente lucrativo.
Conforme destacou Claudio Grando, um dos fundadores da Audaces, empresa catarinense do setor têxtil que está se organizando para lançar suas ações, é preciso estar preparado estrategicamente. A Audaces, por exemplo, apostou em auditoria, Governança Corporativa e na criação de um conselho consultivo; pontos que destacam a importância dos processos como ferramenta capaz de garantir o controle, a transparência e a identificação de não conformidades nas transações efetuadas.
Segundo Leandro Augusto Sampaio, contador; especialista em auditoria; consultor financeiro/contábil e professor das Faculdades Anhanguera, a prática do IPO, é guiada pelo Novo Mercado Bovespa o mais elevado nível de Governança Corporativa no Brasil e atende às exigências expressas pela Lei Sarbanes- Oxley. “O Novo Mercado, tem como alvo as novas empresas que venham a abrir seu capital e que por meio de práticas de Governança Corporativa proporciona confiança nas transações e uma melhor avaliação da empresa assim como equilíbrio de direitos entre todos os acionistas. Além disso, cumpre as obrigações impostas pela Lei Sarbanes-Oxley que obriga as empresas a reestruturarem processos para aumentar os controles, a segurança e a transparência na condução dos negócios, na administração financeira, nas escriturações contábeis e na gestão e divulgação das informações”, explica.
Nesse sentido podemos ressaltar a importância da Governança Corporativa e da Gestão por Processos como ferramentas capazes de garantir a implantação de um fluxo de atividades assim como o controle das informações de forma transparente. “A Governança Corporativa utiliza mecanismos para diminuir o conflito e assegurar o retorno sobre os investimentos feitos e é uma prática que tem como objetivo principal transmitir confiança nas transações e neste caso, promover o desenvolvimento do mercado de capitais. Já a Gestão por Processos busca a melhoria e otimização da cadeia de atividades da empresa identificando cada etapa do processo, promovendo a geração de indicadores (KPI) que contribui para aperfeiçoar os sistemas de monitoramento e avaliação do objeto da auditoria, facilitando assim os trabalhos da mesma”, acrescenta Leandro.
Governança Corporativa no Brasil já é realizado para pequenas e médias
Outra sinalização extremamente positiva advinda das análises de especialistas é a clara percepção de que o Mercado de Capitais definitivamente deixou de ser uma exclusividade das grandes corporações com o programa Bovespa Mais, segmento especial criado para tornar o mercado de ações mais acessível a um número maior de empresas, especialmente àquelas que desejam entrar no mercado de ações aos poucos, tais como empresas de pequeno e médio porte. A estimativa, em 2013, é de que o número de IPOs chegue a 60 com um faturamento aproximado a R$55,65 bilhões.